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Bem Vindo! Benvenuto! Estamos resgatando a história dos primeiros imigrantes italianos de cognome Zorzenon a pisarem em solo brasileiro em 1910. Este Blog se destina a todos os filhos, filhas, netos,netas, bisnetos e bisnetas assim como aos genros e noras que contrairam matrimonio com os descendentes dos imigrantes italianos procedentes da cidade de Aquileia que vieram para o Brasil afim de ajudar na construção de nossa Pátria. Principalmente os descendentes de Giovanni Zorzenon e Teresa Bass, que aqui chegaram em 1910. Entretanto, estaremos aberto a receber amigos cujas famílias vieram como imigrantes e de procedência daquela região. AQUILEIA: é uma comuna italiana da Região do Friulli-Venezia Giulia, província de Udine-Itália, com cerca de 3.330 habitantes e estende-se por uma área de 36 km2, fundada em 181 a.C.
www.aquileia.net

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Castelo Tirol: Patrimônio tirolês no Südtirol





Quando citamos o Tirol, costumamos nos lembrar da região montanhosa pertencente à Áustria. Porém, boa parte do Tirol fica em território italiano, na Região Autônoma Trentino-Alto Adige/ Südtirol. Alto Adige, ou seja, o Südtirol (Tirol meridional) é um nome novo para a província de Bolzano e deve seu nome por causa da província se localizar na parte alta do Vale do Rio Adige (Etsch).



Na Idade Média o nome ladino de um castelo, localizado na cidade de Merano (Meran), no Südtirol, deu nome à toda a região: Tyrol. Construído no alto de um rochedo, o imponente castelo medieval abriga hoje as ruínas de uma igreja paleo-cristã, que ninguém sabe ainda ao certo como foi construída naquele lugar de acesso tão difícil para sua época.


No século X, o Principado do Tirol já era um dos mais importantes principados do Sacro Império Romano-Germânico de Carlos Magno que, juntamente com o Principado de Trento, formavam o Condado Episcopal do Tirol. O Principado Episcopal de Trento era um antigo Estado eclesiástico que existiu por cerca de oito séculos (de 1027 a 1802) no território da atual região italiana do Trentino-Alto Ádige. No início do século XIX, foi secularizado e englobado administrativamente ao Tirol, condado do Império Austríaco, do qual já fazia parte como entidade autônoma.
No século XI, o governo tirolês passou a ser dividido entre os tradicionais príncipes-bispos e condes do Tirol, proeminentes de famílias nobres. A partir deste evento, a região passou a ser formada pela Confederação do Tirol.



Em meados do século XIII, boa parte da província pertencia à Casa de Habsburg (casa imperial da Áustria), tornando-se parte do império Austro-húngaro. Deste modo, a jurisdição episcopal diminuiu, embora muitos territórios eclesiásticos foram mantidos e podiam ser encontrados na região até 1803, como o Principado Episcopal de Bressanone (Brixen), no Südtirol.
Atualmente o castelo Tirol abriga um interessante museu sobre a história, hábitos e cultura da região tirolesa.


O Dialeto Trentino




Ti te pàrli tirolés?


O dialeto trentino é um dialeto antigo, pertencente ao contexto dos dialetos itálicos da área alpina. A noção de dialeto trentino é relativamente recente; antigamente, o dialeto era chamado tirolés ou também taliàn , para diferenciar o dialeto trentino do tirolês alemão (tirolerisch), falado no Südtirol e no Nordtirol.


A região alpina trentina fora em meados de 390 a.C. um ponto de encontro entre os falares réticos e gauleses. Durante o período romano, a região alpina era território pertencente aos celtas (Galia Cisalpina) e aos Réticos, que foram na época do Imperador Augusto totalmente romanizados. Do latim popular falado por aqueles povos (com as influências de suas línguas pré-romanas), surgiu o antigo ladino (ladin), que se estendia por boa parte do atual Trentino, tendo sido a língua corrente nessa região da Galo-românia.



Esse antigo substrato ladino sofreu, primeiramente, diversas influências germânicas (por conta das sucessivas invasões de ostrogodos, francos, longobardos e baiuvares) que se espalharam no falar de toda a região setentrional italiana. Posteriormente, ocorreu o processo de "italianização" do ladino, ocasionado primeiramente pelo lombardo (do subgrupo galo-itálico) e posteriormente pelo vêneto, ambos dialetos itálicos.



Além da influência vêneta e lombarda, os séculos de história com a Áustria e o estreito contato cultural e lingüístico com a população de língua alemã ao norte, proporcionou um considerável influxo de vocábulos alemães no dialeto.



No Brasil, o dialeto trentino é ainda a língua corrente em várias áreas coloniais de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. Existem variantes dialetais trentinas, que remetem aos locais de origem dos primeiros emigrantes. Em muitos locais, por conta da colonização conjunta com vênetos ou italianos de demais áreas, surgiram variantes próprias, “misturadas” e que se tornaram dialetos que já podem ser considerados brasileiros, como o talian , a língua dos vênetos do Rio Grande do Sul.



Existem poucos estudos sobre o dialeto trentino no Brasil, mas cada vez mais os pesquisadores têm dado interesse pela realidade linguística dos trentinos, que preservam dialetos arcaicos, mantidos desde o final do século XIX e que se modificaram em vários gruas em seus locais originais.



Eis alguns ditados em dialeto trentino, expressões da vida nas montanhas guardados há séculos pela sabedoria popular, transcritos pelo Sr. Everton Altmayer, Diretor de Cultura do CTSP e pesquisador de dialetologia trentina pela Universidade de São Paulo.



El san ‘l völ zénto róbe, el malà na söla.

(o são deseja cem coisas, o doente apenas uma)



Se te vöi savér la veridà, vài al pù pìcol de la ca.

(se queres saber a verdade, pergunte ao menor da casa)



A tüti ghe piàze vedér ei màti ntéla piàza, bàsta che ei no sìa de la so ràza.

(a todos agrada ver os loucos na praça, desde que não sejam os de sua família)



Se ciàpa pù òmini co' na góza de vin che con en barìl de lat.

(juntam-se mais homens com uma gota de vinho que com um barril de leite)




Carnaval: uma festa popularizada em Trento





A história do Carnaval é bem mais antiga do que se imagina. Estima-se ter seu inicio há cerca de 6.000 anos atrás no Egito Antigo, em honra da deusa Isis: as primeiras celebrações eram de agricultores em volta das fogueiras, com danças e música. Do contato entre a cultura egípcia e grega, a cultura helena recebeu influências egípcias que evoluíram seus rituais, acrescidos da bebida e do sexo nos cultos ao deus Dionísio (em Roma chamado Baco), o deus do vinho, onde eram usadas máscaras nas conhecidas celebrações dionisíacas. Na Roma Antiga, os bacanais, saturnais e lupercálias festejavam os deuses Baco, Saturno e Pã.


Posteriormente, com a cristianização da Europa, os cristãos trataram de acabar com os cultos pagãos. Com a criação das dioceses, muitas das festas populares mantiveram-se mesmo com a proibição da Igreja; como não foram extintas, foram cristianizadas e recebeu o nome de carnaval pelo fato de se poder comer carne antes da Quaresma (carne vale > carnevale > carnaval). Durante a Idade Média e Renascença o carnaval era festejado com banquetes, onde as pessoas também usavam máscaras.


Vale lembrar que o Papa Paulo II contribuiu para a sua evolução ao introduzir o baile de máscaras, quando permitiu que em frente ao seu palácio se realizasse o carnaval romano. Essa tradição ficou muito conhecida pelo Carnaval de Veneza, mas existe em boa parte da Europa. Como a Igreja bania os “atos pecaminosos”, aos olhos do povo a festa fugia das reais origens como o festejo pela alegria e pelas conquistas. Em 1545, durante o Concílio de Trento, o carnaval voltou a ser uma festa popular. Nos Alpes se encontram alguns dos mais antigos costumes da festa.
No Trentino existem diversos sentidos para o carnaval, cada um com suas características e personagens próprios. Em Palù (Val Fersina), os personagens do carnaval de Val dei Mòcheni são o velho e a velha (bècio e bècia), e o oiertrógar, que visitam as casas da aldeia ordenando as tortas e recolhendo informações do testamento com suas máscaras pretas numa festa que dura dois dias. No dia seguinte percorrem o mesmo itinerário realizando uma peça teatral na praça central da cidade, com a leitura dos testamentos (humorizado), a semeação augural e danças. Ao anoitecer queimam a corcunda do velho e os testamentos.


Em Bagolino-Ponte Càffaro , município de fronteiras com Brescia e Trento, existem os Balarì, que acompanhados pelos Sunadùr (violinos e viola baixa) realizam danças cerimoniais carnavalescas, e os Mascher , dançarinos em roupas muito coloridas, com máscaras que lembram as do carnaval de Veneza. Nos vales ladinos existem os Marascóns , de Val di Fassa.


A religiosidade popular conseguiu unir as antigas festas pagãs celtas e romanas com a fé Cristã. O Brasil é conhecido como o "país do carnaval" e, como bons brasileiros, devemos conhecer um pouco sobre essa festa que contagia pessoas de diversas partes do mundo.

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